A safra 2023/24 vai ter como plano de fundo o fenômeno climático El Niño.
De acordo com o último relatório da Administração Norte Americana de Oceano e Atmosfera (NOAA), o El Niño deve seguir impactando o clima global até abril de 2024.
No Brasil, o fenômeno vai ser intenso entre novembro e janeiro, trazendo temperaturas acima da média em todo o país.
Pensando nisso, neste artigo você vai conferir o que é e como ocorre esse evento climático, como ele afeta o Brasil e a agricultura, além de dicas para reduzir os efeitos negativos no campo.
O que é o El Niño?
O El Niño acontece quando as águas do Oceano Pacífico Equatorial aquecem +0,5°C acima do normal. O fenômeno ocorre a cada 2 a 7 anos e dura de 9 a 12 meses, de acordo com a NOAA.
Pode até parecer uma variação pequena de temperatura, mas tem o poder de causar grandes impactos no clima, alterando padrões de chuvas e temperaturas no mundo todo, provocando inundações em algumas regiões e condições de secas em outras áreas.
Como o El Niño afeta o clima no Brasil?
O Brasil é um país com uma grande extensão de terra, por isso, podemos observar diferentes impactos ao longo de todo o território brasileiro.
O único ponto de intersecção que liga todas as regiões do país são as temperaturas acima da média em época de El Niño.
Na região sul o fenômeno provoca o aumento do volume de chuvas. Já na região norte e nordeste predomina a seca, com precipitações abaixo do normal. Na região Centro-Oeste as chuvas caem de forma irregular acompanhadas de um intenso calor.
Como o El Niño impacta a agricultura?
O clima é o principal fator que influência a agricultura. Tanto que, o calendário agrícola é organizado de acordo com as estações do ano, de acordo com a necessidade de cada cultivo. Sendo assim, o El Niño tem grande impacto na agricultura.
Como já mencionado, o fenômeno pode provocar irregularidades nas precipitações e temperaturas.
Chuvas excessivas e inundações são prejudiciais para as lavouras, pois, podem danificam plantações, causar estragos nas infraestruturas agrícolas, como silos e equipamentos, e até paralisar o transporte nas estradas.
Por outro lado, a falta de chuva e as altas temperaturas impactam negativamente na germinação, desenvolvimento e, consequentemente, produtividade do cultivo.
Por exemplo, após o plantio, a soja precisa de água para nascer. Se não houver uma sequência de chuva após colocar a semente no solo, existem grandes chances da semente ou planta morrer e o produtor precisar fazer o replantio.
Além do mais, o aumento das temperaturas em época seca associado ao aumento das chuvas e umidade favorecem o aparecimento de doenças fúngicas, insetos e patógenos.
Diante disso tudo, podemos afirmar que o principal impacto do El Niño à agricultura é o potencial em alterar todo o planejamento de uma safra.
Dicas para ter bons resultados no campo em ano de El Niño
- Faça o planejamento agrícola com base nas previsões meteorológicas e acompanhamento do progresso do El Niño;
- Não semear em solo encharcado ou extremamente seco;
- Plante sementes tratadas e resistentes às condições da sua região;
- Em situações de solo mais seco, a semeadura um pouco mais profunda pode auxiliar a planta fixar suas raízes em um local com maior disposição de água;
- Realize a colheita assim que a cultura estiver com a umidade adequada, evitando o risco de perdas, seja por excesso ou falta de chuva.
- Práticas como plantio direto e rotação de culturas protegem o solo de fatores climáticos adversos;
Conclusão
O El Niño é um desafio para os produtores rurais devido à sua capacidade de alterar as condições meteorológicas esperadas para determinado período e região.
A chuva que é esperada para o plantio pode demorar a chegar ou até chegar antes da hora em altos volumes.
Entretanto, existem boas práticas para enfrentar o El Niño e reduzir os impactos negativos, sendo que o principal é acompanhar a previsão do clima e o progresso do fenômeno.
Nós da Petrovina Sementes trazemos sempre as principais informações que impactam o seu negócio e queremos saber, o El Niño teve impacto a sua produção? Conta para a gente!
Fonte: Embrapa, Administração Norte Americana de Oceano e Atmosfera (NOAA)