Pensando em resultados de qualidade no campo e saúde do solo, a rotação de cultura é um manejo eficaz para evitar que com o passar do tempo o solo “vicie” e perca o seu poder produtivo, evitando também o surgimento de resistência de alguma praga ou doença aos defensivos utilizados.
Em resumo, a rotação de cultura consiste na alternância do plantio de diferentes culturas de forma ordenada, na mesma área e mesma estação do ano.
Neste artigo vamos explicar por que o sistema de rotação de cultura pode ser a peça-chave para a preservação do solo, garantindo a sustentabilidade dos negócios, e apresentar dicas de como adotar a prática.
Benefícios da rotação de cultura
Podemos dizer que a rotação de cultura está diretamente ligada com a ideia de seleção natural de Darwin. Mas, como assim? Plantar sempre as mesmas coisas em uma área é prato cheio para plantas daninhas, doenças e pragas desenvolverem resistência ao ambiente e defensivos utilizados. Dessa forma, a rotação de cultura auxilia no combate as principais pragas que podem atacar a lavoura.
A prática contribui também para a diversidade biológica, com a ciclagem de nutrientes, proporcionando melhoria do solo na parte física, química e biológica. Além do mais, produz fitomassa (matéria orgânica), que se torna palhada para a cobertura do solo, o que por sua vez colabora para o controle de processos erosivos, reduz perdas de umidade por evaporação e protege das oscilações de temperatura. Diante disso, a rotação de cultura viabiliza outro aliado da produtividade, o Sistema de Plantio Direto (SPD).
Quais pontos se atentar para a aplicação do sistema de rotação de cultura?
Antes de qualquer coisa, planejamento. É preciso anotar quais os objetivos do negócio, demandas especificas e características do solo, compreendendo dessa forma qual cultura melhor se adapta no local.
É importante rotacionar espécies que apresentem suscetibilidade a pragas e doenças diferentes, visto que o objetivo é evitar a resistência das mesmas e a diversificação de defensivos agrícolas. E ainda, cultivar plantas que possuam o sistema radicular (raízes) diferentes, dessa forma, causando um efeito residual no solo diferente em cada ciclo.
Pensando em um melhor retorno ao produtor rural, a preferência é que sejam plantadas culturas comerciais, dessa forma, proporcionando a geração de renda.
Nesse sentindo, para a melhor visualização de como acontece na prática, no blog Aegro tem o seguinte exemplo:
“…um talhão dividido em quatro partes, sendo que a primeira parte é semeada com milho ou girassol, algodão, etc, no primeiro ano e o restante com soja. Na próxima safra, outra parte do talhão será semeada com alguma outra cultura e o restante com a soja, e por aí vai.”
Então, basta alternar culturas para bons resultados?
A rotação de cultura traz muitos benefícios para a produção e qualidade das culturas. Mas, existem outras variaveis que o produtor precisa se atendar. Introduzir em seus negócios novas tecnologias, utilizar sementes tratadas e de qualidade, acompanhar a janela correta para o plantio e semeadura, e se atentar aos manejos necessários são outros pontos importantes.
Na agricultura, não existe uma prática que isoladamente garanta o sucesso de uma lavoura em todos os aspectos. O produtor rural deve trabalhar integrando as melhores práticas para o seu negócio. No caso da rotação de cultura, como em tudo no agronegócio, tem seus desafios e demanda uma maior complexidade de gerenciamento. Mas, é uma excelente opção para quem buscar a otimização dos resultados de sua lavoura.
Fonte: Aegro, Embrapa Soja, Boas Práticas Agronômicas