O milho é um dos grãos mais importantes do mundo. No Brasil, o grão já fazia parte da alimentação indígena antes mesmo da chegada dos portugueses no país.
Hoje, o milho é muito mais do que um alimento rico em nutrientes, ele está presente em diferentes indústrias, como a farmacêutica e de cosméticos, é matéria-prima para a produção de biocombustível e rações de animais, e está até na mesa do bar, sendo um dos ingredientes da cerveja. Diante de tudo isso, ocupa uma posição de destaque no agronegócio brasileiro. Por isso, vamos mostrar neste artigo como esse grão movimenta a economia nacional.
Potência em produção e exportação do milho
Investimentos em soluções e tecnologia para o campo fez o Brasil ser o único país capaz de produzir até três safras de milho por ano. Ou seja, capacidade de produzir durante todo o ano. Esse cenário beneficia números expressivos de produção e exportação.
Conforme levantamento da Associação Brasileira das Indústrias do Milho (Abimilho), a produção de neste ano safra deve totalizar 129,1 milhões de toneladas, enquanto o período anterior a produção foi de 120 milhões de toneladas.
Ainda de acordo com dados da Abimilho, na safra 2021/22 o país exportou cerca de 43 milhões toneladas, 112% a mais em relação ao período anterior, quando foi exportado em torno de 20 milhões de toneladas.
Para a safra 2022/23, a projeção é de que a exportação do milho brasileiro chegue a 51 milhões de toneladas. Nos dois primeiros meses de 2023 cerca de 6 milhões de toneladas de milho saíram dos portos brasileiros.
Potência econômica
Outro indicador importante para analisar o desempenho do agro brasileiro é o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP). Ele aponta o faturamento bruto da agricultura e pecuária do país.
Para 2023 o valor estimado do VBP é de R$1,229 trilhão, 4,7% a mais do obtido em 2022, quando o faturamento bruto agrícola foi de R$ 1,173 trilhão.
Junto com a soja, o milho está impulsionando o crescimento agrícola nacional. Conforme dados divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o milho representa 12,93% do VBP projetado para 2023, com o valor de R$ 158,9 bilhões.
Etanol: nova demanda no mercado
O início e rápida expansão da produção do etanol de milho no Brasil é fator que estimula a demanda pelo cereal no mercado interno.
Como alternativa de matéria-prima para o período entressafra da cana-de-açúcar, a primeira indústria surgiu no país em 2012 no modelo flex, ou seja, aproveitou as instalações de uma usina de cana, produzindo em período que antes a indústria ficava parada.
Além de possibilitar o aumento da produtividade e competividade no setor de biocombustível e diminuir os custos operacionais da indústria, visto que unidades flex operam durante todos os dias do ano, outro benefício é o aumento do mix de produtos do negócio.
No mesmo processo de produção do etanol de milho, é possível separar subprodutos com valor comercial, como produtos de nutrição animal e até produzir energia a partir da biomassa.
Diante de tudo isso, mercado brasileiro se interessou pelo seguimento e passou a investir em novas usinas. Inclusive, já existem usinas no modelo Full, com produção exclusiva de etanol de milho, e Full Flex, que produz etanol de milho e de cana simultaneamente.
O setor cresce exponencialmente. De acordo com dados da União Nacional do Etanol de Milho (Unem) na safra 2017/18 a produção foi de 520 milhões de litros do biocombustível. Já para a safra 2023/24, a projeção é que o país produza cerca de 6 bilhões de etanol de milho.
Crescimento é tendência
As informações e números apresentados neste artigo mostram a força do milho em nossa economia. E acompanhando a tendência de investimentos em novas tecnologias e soluções para o campo, o grãos brasileiro deve crescer ainda mais em produção e rendimento.
Sendo assim, é importante que o produtor rural fique atento aos novos movimentos do setor para aproveitar as melhores oportunidades do mercado.